sexta-feira, 15 de junho de 2012

E eu no meio disto tudo


Eu inscrevi-me a uma cadeira deste semestre, do meu ano em Portugal mesmo não tendo ido a aula absolutamente nenhuma e tendo estado longe da realidade de cá durante meses sem ter tido absolutamente contacto nenhum com a matéria, não me sendo, de todo familiar. Apesar de na minha faculdade não ser obrigatório, para mim, as aulas são fundamentais, uma enorme ajuda no exame porque ao menos termos, nomes e expressões passam a ser-nos familiares porque são repetidas vezes e vezes. A explicação dos professores torna mais fácil a compreensão das coisas, logo, melhora a aprendizagem (isto, claro, em termos gerais). Enfim. Ainda assim propus-me tentar fazer exame da cadeira, já na próxima segunda feira dia 18 estudando pelos apontamentos que a SL gentilmente me cedeu. Ora, a verdade é que desde que cá estou e com tudo o que tem acontecido à minha volta, embora saiba que tenha ou devesse estudar e dedicar-me àquilo, não sou capaz de fazê-lo. Não tenho motivação para enfiar a cabeça nos livros e apontamentos. Não acho que consiga apanhar o fio à meada em apenas alguns dias quando se trata de uma cadeira longa e exaustiva. 

Até regressar de Itália não consegui olhar para isto. Quando cá cheguei tive, na mesma semana, eventos importantes e significativos, aniversário do G. e dois exames, tudo feito a correr, a somar à re-adaptação a Portugal, as saudades para matar de tudo e todos e o tempo escapou-se-me literalmente. Fui o fim de semana (de quinta a domingo) à minha terra e foi arranjar um dente, estar com a família mais chegada (irmã e avó, tios), ter de ouvir do IS, suportar pressão e questionário para proteger a AM, fazer cirurgia para extrair outro dente, levar pontos e voltar logo para cá. Depois de cá estar de novo passou toda a semana a correr, a voar mesmo. As dores, o inchaço durante dias, o não poder comer quase nada. 

Mais os problemas com a AM que me desiludiu verdadeiramente e me fez perder o respeito que lhe tinha - uma verdadeira decepção que se tem vindo a arrastar dia após dia, mais e mais. Meteram-se os Santos pelo meio, a visita a quem ainda não tinha visto, o ajudar nisto e naquilo, procurar coisas para os outros, fazer recados e favores, estar com os amigos e espairecer o mais possível.

A verdade é que não tenho a mínima vontade de pegar nas coisas e estudar embora saiba que era o meu dever. Não tenho forças para me dedicar a isso. Não tenho motivação nem cabeça para estar em casa a estudar. Embora fosse o que devia fazer, não sou capaz. Só penso em sair de casa, em ocupar os meus dias e fazer alguma coisa (tudo menos estudar). Nunca me senti assim mas a verdade é que não sou capaz de estar fechada nesta casa, dias, horas inteiras. Não consigo estar aqui quieta porque não me sinto bem assim. Só quero ter o G. a meu lado, longe daqui, de tudo e todos. Sossegada.
Há dias em que só me apetece deixar-me ficar na cama, quieta, sem ter de pensar em tudo à minha volta, sem ter de me preocupar em concertar o que não tem arranjo e deixar-me ir...ficar, debaixo dos lençóis, longe de tudo e todos. Sem ter de ouvir ou enfrentar tudo.
Não sei se farei o exame. Não estudei praticamente nada. Só penso em ocupar-me e fazer isto e aquilo e não sou capaz de concentrar-me no estudo.

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